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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Querida Verónika, nrº11

Deito-me observando o céu. Respiro fundo, dou mais um bafo num cigarro saturado e sinto o pesar da consciência. Sinto o desgaste das palavras, a minha incapacidade de constituir-me num só texto coerente conferiu-me a possibilidade de ser muito. Então se calhar é na minha desarrumação, que se manifesta a minha grandeza, Verónika. Foi precisamente a fingir que eu fui espantosamente verdadeira e honesta contigo. Foi a fingir para se viver bem, e para se viver bem é preciso manter o sonho, sem nunca realizá-lo, tendo em conta que a realização sempre foi inferior ao sonho. Sonho fingindo, sentido tudo de todas as maneiras, não na carne que sempre cansa, mas na imaginação.

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